sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Parto...




Parto
Por Luci Ane G. Melo-05-02-2010-(10h36)
Parto...
Fruto...
Lembrança...
Obra...
Produto...
Parir...
Nascimento...
Invenção...
Concepção...
Criação...
Desenvolver...
quantas palavras para descrever
o simples ato
de
tecer
a vida
de
um novo
ser.
Entendo a palavra
Parto...
Deduzo
Que uso
O termo certo...
Ao nascer
Partimos
De dentro
Para fora...
E entramos
de
Fora para dentro
De uma nova vida.
Parti-se
O elo material
Que unia
Mãe e filha
E fortalece
O elo espiritual
Que as unia.
Parto
Mas não vou,
Fico e replico.
Essa é a maior dor
De um ato tão grande de amor.
Parir
É sentir
A dor maior que mistura prazer, amor, entrega e busca.
Busca de amor,
Encontro de almas irmãs
Que na continuidade da criação,
Imitam
O nascimento de Adão,
O grande ato do criador
Que se fez amor
E nos criou.
Dando ao homem
Sua imagem,
Ele,
Queria
Mostrar sua vontade
De criar um ser de coragem
Suficiente
Para saber amar
E também parir e criar
Novas criaturas
Que com a mesma
Brandura
Continuaram
A criação.
Parindo com carinho,
Dando a ele
Muito denguinho,
Pois refleti
A própria imagem
Do Senhor.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Homenagem a minha mãe e a todas as guerreiras.


Quem fita seu rosto
Por Jociane Melo Oliveira- 02-02-2010

Quem fita seu rosto,
ou seus olhos perdidos,
não sabe que por traz de tudo
isso existe uma guerreira cansada
de tantas batalhas travadas,
de tantas lutas vividas,
ferida por estilhaços,
moída pelo cansaço,
corroída por perdas e danos.
Muitas vezes trouxe no peito
a dor de não saber o que fazer,
ou como fazer,
nestas horas ela era mais guerreira que nunca,
empunhava a arma que encontrasse pelo caminho
e saia para mas uma batalha,
lutava pelo direito de criar e educar seus filhos,
coisa que não fizeram por ela,
mas nem sempre foi compreendida,
talvez por não ter apoio,
talvez por não saber o que fazer,
não sei,
mas sei sim,
que agora não amá-la é até covardia,
não cuidar bem dela hoje me parece até heresia.
Olhos seus olhos perdidos no tempo,
e sinto muita ternura por ela,
e lágrimas me vêem aos olhos,
então eu me lembro que nenhum guerreiro estando ferido das batalhas vividas,
gosta que sintam pena dele.
Hoje de filha virei mãe,
as vezes lhe dou banho,
troco-lhe as fraldas
penteio seus cabelos branquinhos e ralos,
lhe dou remédio,
lhe coloco pra dormir com um beijo de boa noite,
e um “DORME COM DEUS’,
ela me olha com carinho
que muitas vezes não tinha
quando eu ainda era a filha e ela era a mãe,
não tinha tempo,
pois havia uma guerra por dia para ser vencida.
Hoje posso lhe demonstrar amor
e ser correspondida,
estou aprendendo com você a ser uma pessoa melhor,
mesmo sem você falar quase nada,
cuidando de você,
a filha que não tive,
sou mas paciente com você.
Hoje olho,
e sei que quase todas as suas guerras cessaram,
ficando apenas a luta pela sopro de vida,
mas essa batalha todos nós sabemos que um dia perderemos.
Enquanto eu puder estar junto de você
eu a tratarei com cuidado,
carinho e respeito.
Guardarei sempre a lembrança da mãe guerreira que errava as vezes
tentando fazer o melhor que podia,
hoje se tornou uma filha doce,
se for cuidada com doçura e silenciosa,
que me olha muitas vezes sem saber mas quem eu sou,
mas lembra depois de um tempo

e fica me olhando sem saber o que falar,
oro a Deus,
para que nunca esqueça de vez de quem eu sou,
mas se isso acontecer...
que Ele me de forças para suportar,
pois sempre saberei quem você foi,
e é,
pois você sempre será minha mãe.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Lembranças de minha rua de infância








A rua de minha infância
Por Luci Ane G. Melo- 02-02-2010-(10h18min)

Na rua onde brincávamos sem preocupação
As meninas de bandeirinha

e meninos de botão.
Em outras vezes juntávamos as brincadeiras
e virava uma gostosa confusão.
Nessa época não pensamos em violência não.
O mundo era diferente...
Todos os adultos eram nossos pais.
Ninguém se quer pensava
que a maldade poderia nós alcançar.
A rua chama-se Goitacazes...
Um dia alguém veio com uma novidade...
nos propôs sua origem pesquisar ..
Então descobrimos motivos para dela nos orgulhar...
Seu nome representava uma tribo indígena
Que orgulho, então, sentimos...
De morar num lugar tão nobre...
De um povo de luta
De heróis anônimos.
A nossa rua para nós não foi mais a mesma,
Agora, era mais especial,
Pois sabíamos sua origem...
Sua importância afinal.
Continuávamos brincando
e por ela todos passavam
Amigos de outras ruas
vinham conosco brincar
E de sua origem orgulhosos nós passamos a relatar.
Novos Jogos e brincadeiras
Continuamos a inventar.
Na rua de agora há iluminação...
Mas a segurança acho que não há não.
Que saudade do tempo...
talvez tempo de ingenuidade...
Onde não acreditávamos
que houvesse no mundo tanta maldade.
Nessa rua havia vida...
Nessa rua havia gente...
Hoje lhe vejo com saudades
Do tempo de criança inocente...
Onde podíamos brincar seguros
Sem se quer ter medo do escuro
.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A natureza inspirando poesia..




Lilula
22-01-2010 17h 07min.
Por Luci Ane G. Melo

Livre e bela
Lá se vai a libélula.
Voa ...

voa zombeteira...
Pousa sobre a fruteira,
Cheira todas as frutinhas
Mas não prova nenhumazinha.
Imagina o sabor da uvinha...
Lembra-se do gosto da azedinha...
Não queria estar na fruteira,
Mas sim estar no pomar...
Lá sim ela irá se fartar...
Tanto sabor pra provar...
Muitas frutas
que nem dá pra imaginar.
Tudo que quer da vida ...
É provar deliciosa comida,
O mundo todo sobrevoar
E novos sabores de frutas
Degustar...
Mais uma vez
Lá vai ela...
A bela Libélula
Toda coloridinha...
Entre o azul e o lilás
Suas asas batendo zas trás.
Lá foi ela
Em busca de outra fruteira...
Sonhando com outro pomar.
Buscando a vida encontrar,
Entre sabores e cheiros...
Aquele que mais lhe agradar.

Despedida.

Despedida.
Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010 13:28
(Autoria de Mário de Andrade – Escritor poeta modernista do Brasil, 1893 -1945)

Contei meus anos

e descobri que terei menos tempo

para viver daqui para a frente
do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado
do que futuro.

Sinto-me como aquele menino

que ganhou uma bacia de jabuticabas.

As primeiras, ele chupou displicente,

mas percebendo que faltam poucas,
rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Inquieto-me com invejosos

tentando destruir quem eles admiram,

cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,

para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias

que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas,

que apesar da idade cronológica,
são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram

pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.

Meu tempo tornou-se escasso
para debater rótulos,

quero a essência,
minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia,

quero viver ao lado de gente humana,

muito humana,que sabe rir de seus tropeços,

não se encanta com triunfos,

não se considera eleita antes da hora,

não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas
e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!

Tenha uma Vida Maravilhosa no Essencial!

O Essencial é o Sustentável.