quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Homenagem a minha mãe e a todas as guerreiras.


Quem fita seu rosto
Por Jociane Melo Oliveira- 02-02-2010

Quem fita seu rosto,
ou seus olhos perdidos,
não sabe que por traz de tudo
isso existe uma guerreira cansada
de tantas batalhas travadas,
de tantas lutas vividas,
ferida por estilhaços,
moída pelo cansaço,
corroída por perdas e danos.
Muitas vezes trouxe no peito
a dor de não saber o que fazer,
ou como fazer,
nestas horas ela era mais guerreira que nunca,
empunhava a arma que encontrasse pelo caminho
e saia para mas uma batalha,
lutava pelo direito de criar e educar seus filhos,
coisa que não fizeram por ela,
mas nem sempre foi compreendida,
talvez por não ter apoio,
talvez por não saber o que fazer,
não sei,
mas sei sim,
que agora não amá-la é até covardia,
não cuidar bem dela hoje me parece até heresia.
Olhos seus olhos perdidos no tempo,
e sinto muita ternura por ela,
e lágrimas me vêem aos olhos,
então eu me lembro que nenhum guerreiro estando ferido das batalhas vividas,
gosta que sintam pena dele.
Hoje de filha virei mãe,
as vezes lhe dou banho,
troco-lhe as fraldas
penteio seus cabelos branquinhos e ralos,
lhe dou remédio,
lhe coloco pra dormir com um beijo de boa noite,
e um “DORME COM DEUS’,
ela me olha com carinho
que muitas vezes não tinha
quando eu ainda era a filha e ela era a mãe,
não tinha tempo,
pois havia uma guerra por dia para ser vencida.
Hoje posso lhe demonstrar amor
e ser correspondida,
estou aprendendo com você a ser uma pessoa melhor,
mesmo sem você falar quase nada,
cuidando de você,
a filha que não tive,
sou mas paciente com você.
Hoje olho,
e sei que quase todas as suas guerras cessaram,
ficando apenas a luta pela sopro de vida,
mas essa batalha todos nós sabemos que um dia perderemos.
Enquanto eu puder estar junto de você
eu a tratarei com cuidado,
carinho e respeito.
Guardarei sempre a lembrança da mãe guerreira que errava as vezes
tentando fazer o melhor que podia,
hoje se tornou uma filha doce,
se for cuidada com doçura e silenciosa,
que me olha muitas vezes sem saber mas quem eu sou,
mas lembra depois de um tempo

e fica me olhando sem saber o que falar,
oro a Deus,
para que nunca esqueça de vez de quem eu sou,
mas se isso acontecer...
que Ele me de forças para suportar,
pois sempre saberei quem você foi,
e é,
pois você sempre será minha mãe.

2 comentários:

Fátima disse...

O olhar da minha mãe, hoje existente somente em minha lembrança, é meu conforto meu guia meu acalento.
Lembrança doce...vontade de novamente dar vida àquele olhar que tanta falta me faz.

Beijo grande.

p.s.:venho aqui a tempos, não conseguia comentar nem seguir, não sabia fazer a verificação da minha conta, foi preciso criar outra e começar tudo de novo.
Agora não saio mais .

Fique com Deus.

Luci Ane disse...

Querida Fátima
Fique a vontade...A casa é nossa.
Obrigada por sua visita e seu comentario. Fico feliz em partilhar emoções. Essa poesia é de minha irmã mais nova que é também uma das minhas melhores amigas.Ao posta-la fiz uma homenagem a minha mãe e a minha querida irmã Jociane, que ainda não tem um blog, mais em breve terá.
Beijos querida